60 horas na lama: Menina que não pôde ser salva consolou a mãe antes de partir: ‘Quero que reze’

Omayra Sánchez tornou-se um dos maiores símbolos da tragédia de Armero, que ocorreu após a erupção do vulcão Nevado del Ruiz em 1985. Sua imagem, capturada em uma foto emblemática mostrando seu rosto aterrorizado, percorreu o mundo e até hoje continua a intrigar milhares de pessoas. Conforme reportado pelo Jornal O Globo, a jovem vivia com sua família na cidade de Armero, na Colômbia.
Apesar da erupção iminente, as autoridades locais orientaram os moradores, incluindo a família de Omayra, a permanecer em suas casas. No entanto, no dia 13 de novembro de 1985, uma enorme quantidade de lama e detritos causados pela erupção atingiu a cidade, varrendo ruas e destruindo tudo em seu caminho, afetando diretamente os aproximadamente 28 mil habitantes da cidade.
Ainda segundo o Jornal O Globo, a tragédia poderia ter sido evitada, uma vez que as autoridades estavam monitorando a crescente atividade do vulcão e poderiam ter tomado medidas preventivas mais eficazes. Durante o resgate, equipes de bombeiros localizaram Omayra Sánchez presa sob os destroços, horas depois da enxurrada de lama que destruiu a cidade. O sofrimento da jovem começou naquele momento, dando início a um drama que duraria mais de 60 horas.
A princípio, apenas uma das mãos de Omayra foi visível sob os escombros. Quando os bombeiros conseguiram abrir um espaço maior, avistaram sua cabeça, o que permitiu perceber a gravidade da situação. A equipe de resgate logo concluiu que a única chance de salvar a jovem seria amputando suas pernas, mas, sem os recursos necessários, os esforços de resgate continuaram de forma intensiva e desesperada.
Conforme o tempo passava, a saúde de Omayra se deteriorava rapidamente. A jovem começou a sofrer alucinações e, de acordo com relatos, faleceu em decorrência de gangrena ou hipotermia. Antes de morrer, ela conseguiu dar um momento de consolo à sua mãe, dizendo: “Mamãe, se você me ouve, quero que reze para que tudo termine bem.”
A foto icônica de Omayra foi registrada pelo fotógrafo Frank Fournier e, desde então, se tornou uma das imagens mais marcantes da tragédia de Armero. A história de sua luta pela vida também foi imortalizada pela escritora Isabel Allende, que a retratou em um de seus contos, perpetuando a memória de uma jovem que se tornou símbolo da tragédia, da dor e da perda de muitas vidas naquela fatídica manhã.